A agressão a um casal de jovens negros, que aconteceu neste domingo (7), em uma filial do Carrefour, em Salvador, não foi o primeiro episódio de racismo e violência a ocorrer nas dependências de uma loja do grupo.
A tática de encurralamento seguido por ataques físicos e verbais a pessoas negras por funcionários da empresa tem acontecido com certa frequência no país. A rede de supermercados é marcada pelo assassinato de João Alberto Freitas, morto por empregados de uma unidade do grupo francês, às vésperas do Dia da Consciência Negra, no Rio Grande do Sul. O caso aconteceu em 2020.
Em Salvador, também não há ineditismo. Em dezembro de 2021, a mãe de um menino negro, de 8 anos, denunciou um caso de racismo no Atacadão, hipermercado de propriedade do grupo francês, localizado em Cajazeiras. O menino teria sido abordado por uma funcionária do estabelecimento, que, ao ver a criança com um pacote de macarrão instantâneo nas mãos, perguntou se ele ia pagar pelo produto ou se iria roubá-lo.
Pouco mais de um mês depois, em fevereiro de 2022, três garotos, com idades entre 14 e 19 anos, foram trancados em uma sala no Supermercado Bompreço, do grupo BIG, que seria comprado pelo Carrefour ainda naquele ano. O caso aconteceu na unidade do Salvador Shopping.
Os funcionários do mercado teriam agredido os adolescentes, os chamando de “pretos favelados” e dizendo que “preto não pode ter sonho algum, tem que pegar arma para trocar tiro”. Ao final, os seguranças teriam dito que, se os encontrassem na rua, iriam matá-los, e os liberaram.
Foi também em uma unidade da rede onde uma professora negra denunciou ter sido perseguida enquanto fazia compras. O episódio aconteceu no Atacadão Parolin, em Curitiba. No mesmo dia, Vinícius de Paula, marido de Fabiana Claudino, bicampeã olímpica de vôlei, declarou ter sofrido racismo em uma unidade do Carrefour, em Alphaville, na cidade de São Paulo.
Com informações do site Metro1