O programa Bolsa Família vem registrando um aumento na fila de espera neste ano, com quase 700 mil famílias que já tiveram os documentos aprovados, mas que ainda não recebem o benefício. Em março de 2023, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relançou a principal vitrine social, o Bolsa Família chegou a ficar sem fila de espera. Em dezembro, esse número era de 175,9 mil famílias, agora são 689,8 mil cadastros.
Na fila estão pessoas com a documentação analisada e aprovada pelo Ministério do Desenvolvimento Social. Mas por falta de dinheiro no programa, o governo não consegue pagar o benefício a todos que precisam dele. A família que está nessa situação tem que esperar eventual aumento no orçamento do programa ou a saída de algum beneficiário para entrar no lugar dele.
Neste ano a verba para o Bolsa Família é de R$168,6 bilhões. Isso significa que, em média, são R$14 bilhões por mês. O problema é que o gasto mensal do programa tem ficado acima desse valor, mesmo deixando famílias na lista de espera. Em média, o Bolsa Família pagou por mês quase R$14,3 bilhões de janeiro a julho. Portanto, isso pode pressionar o orçamento no fim do ano para garantir o pagamento a quem já está no programa.
Por meio de nota, o Ministério do Desenvolvimento Social, informou que o processo de averiguação e revisão cadastral, o chamado “pente-fino”, “tem contribuído para fazer oscilar os volumes de cancelamento [de cadastros e pagamentos], que podem ser mais expressivos em alguns meses, mas não em todos”. A pasta também disse que, após a grande ação de correção do Cadastro Único em 2023, “continua no prosseguimento da qualificação das informações neste ano”.