A Seagri lançou nesta terça-feira (22) uma campanha publicitária de prevenção à Monilíase Cacaueira.
Um fungo capaz de destruir o fruto do cacau, a Monilíase Cacaueira, passou a ser motivo de preocupação para os produtores rurais baianos e poder público desde que registros foram detectados no Brasil pela primeira vez, em julho de 2021, na cidade de Cruzeiro do Sul, no estado do Acre. A ocorrência acendeu, é claro, o sinal de alerta na Bahia, maior produtora de cacau no país.
Pensando nisso, a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri) lançou nesta terça-feira (22) uma campanha publicitária de prevenção à Monilíase Cacaueira. A iniciativa acontece em parceria com a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) e com a Superintendência do Ministério da Agricultura na Bahia.
De acordo com o titular da Seagri, João Carlos Oliveira, a monilíase é muito mais danosa do que vassoura-de-bruxa, praga que já foi motivo de muita preocupação para os produtores de cacau e que já destruiu lavouras no território baiano.
“Estamos aqui lançando essa campanha proativa buscando orientar as pessoas para que essa doença não chegue em nosso estado. Essa doença é muito mais danosa do que a vassoura-de-bruxa, porque ela ataca diretamente nos frutos, ou seja, ataca a base econômica do cacacu. Além disso, é um fungo que adapta as variações de temperaturas e altitude”, explica o secretário que celebrou ainda o bom cenário do cacauicultura na Bahia.
“De janeiro a dezembro nós produzimos 140 mil toneladas de cacau, representando 71% da produção nacional, e a Bahia resgata a liderança na produção de cacau no país. Além disso, estamos com mais de 100 marcas de chocolates no sul da Bahia que foi colocada, inclusive, no salão do chocolate na França e não ficou a desejar em comparação com outros chocolates do mundo”.
Em agosto do ano passado, a Bahia restringiu a entrada de viajantes em lavouras para prevenção contra a chegada da monilíase do cacaueiro. Com isso, pessoas de outros Estados não podem trazer sementes ou mudas de outras regiões, nem entrar em fazendas de cacau durante um mês e devem desinfetar roupas e calçados com álcool 70%.
Além das medidas para viagem, os produtores de cacau da Bahia foram orientados a comprar mudas apenas de viveiros credenciados e avisar imediatamente a Adab ou o Mapa caso observem a formação de pó na superfície dos frutos.
A campanha consiste em material informativo como folders, selos, além de material voltado para as redes sociais, spots de rádios e vinhetas para aeroporto. Este material, direcionado para técnicos, produtores e leigos, possui orientações para impedir que o risco chegue às lavouras baianas, comprometendo uma produção importante para a economia do estado.
De acordo com a técnica da Adab, Catarina Cotrim, além de focar nos produtores rurais, a campanha visa alertar toda população em relação às medidas de prevenção contra a moníliase.
“Essa campanha sempre foi uma demanda da Defesa Agropecuária, porque além dos atores que trabalham diretamente com a cadeia, nós precisamos também que toda população que vive nas regiões produtoras de cacau, entenda o porquê dessa preocupação com a praga e como se prevenir.
Se todos estiverem alertas quanto às medidas de prevenção, isso facilita o trabalho da fiscalização”, afirmou a engenheira agrônoma acrescentando ainda que o clima da Bahia é bastante propício para a proliferação da praga.
“A Bahia tem condições tanto de temperatura como de umidade que são favoráveis para que essa praga se estabeleça, até porque nós temos uma área muito grande, são mais de 400 mil hectares de cacau”.
Dentre as medidas que precisam ser adotadas estão não trazer nenhum fruto, sementes, hastes, material vegetal de cacau ou de cupuaçu de áreas afetadas para dentro do estado da Bahia; a aquisição de mudas, principalmente os clones que têm um potencial genético muito grande para produção e resistência de pragas, só podem ser adquiridas em viveiros que são credenciados pelo Ministério da Agricultura; no caso de viagens ao interior, ou até estados brasileiros, ter o cuidado de, quando retornar de outras plantações de cacau, não trazer roupas ou calçados que possam ter esporos aderidos da Monilíase.