A parceria entre a Confederação de Capoeira Desporto do Brasil (CCDB) e as Federações Estaduais de Capoeira de todo o país possibilitou a aprovação de um Regulamento Internacional de Capoeira, que está incluso no programa “Capoeira que te Quero Olímpica”. “Neste 2022, o programa completa 12 anos de atuação e, nesse período, vem formando atletas, técnicos, árbitros e mesários de Capoeira”, conta o educador e mestre de capoeira Valdenor Silva dos Santos, atual presidente da Federação Paulista de Capoeira, fundada em 14 de julho de 1974.
Esta parceria também atuou de forma decisiva junto a lideranças mundiais da capoeira para a criação da Federação Internacional de Capoeira (FIC), que possui sedes na Europa e no Brasil, e a instituição de Uniões de Capoeira: União das Américas; União da América Latina; União Europeia e União Africana de Capoeira. “E tudo isso aconteceu nos últimos quatro anos, mesmo passando por um período de pandemia”, exalta o mestre Valdenor, que é o representante da FIC para as Américas. A entidade tem sede na cidade de Santo André, em São Paulo (Rua Rio Grande, 263, bairro Homero Thon), e tem como presidente internacional o professor Mestre Nelson Barros. Mestre Valdenor lembra que cada confederação representa a FIC no seu país.
Rede forte
Para o mestre Valdenor, todas estas ações de institucionalização da capoeira são necessárias e agregam valores ao esporte. “No primeiro semestre deste ano foi apresentado um grande projeto ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) que deverá avaliar as possibilidades de a capoeira vir a ser reconhecida como esporte olímpico”.
O dirigente da FIC destaca que as federações de Portugal, França, Inglaterra, Estados Unidos e Porto Príncipe (África) trouxeram fortalecimento para essa rede internacional de trabalho. Segundo o mestre Valdenor, as lideranças já estão se organizando para a realização dos campeonatos Brasileiro e Sul Americano de Capoeira em 2023. “O prefeito da cidade de Londrina, no Paraná, Marcelo Belinati já sinalizou a possibilidade de sediar ambos os eventos no primeiro semestre do próximo ano”, comemora mestre Valdenor, estimando que os torneios deverão reunir cerca de 300 atletas adultos, distribuídos em seis categorias de peso, para o sexo masculino, e seis para o sexo feminino.
A capoeira no Estatuto da Igualdade Racial
Outro resultado importante da parceria entre a CCDB e as Federações Estaduais de Capoeira é o reconhecimento e titulação de Mestres(as) Tradicionais de Capoeira. De acordo com o Estatuto da Igualdade Racial, em seu artigo 22, o(a) Mestre(a) Tradicional de Capoeira, devidamente intitulado, tem por direito espaço de atuação no segmento da Educação.
Como explica o mestre Valdenor, tal atuação poderá ser exercida de maneira extracurricular, no contraturno ou período estendido das aulas. “Contudo, até o momento, nenhuma entidade havia promovido essa titulação”, lembra Valdenor. Mas a CCBD, por meio de seu Departamento Jurídico, na parceria com as federações estaduais do esporte e com os Conselhos de Promoção de Igualdade Racial de alguns estados e com apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), vem realizando esse reconhecimento a mestres(as) com idade superior a 50 anos e mais de 25 anos de atuação na modalidade.
Valdenor destaca que o estado de Pernambuco foi pioneiro, reconhecendo, no início deste ano, 41 dos Mestres(as) mais antigos do estado com o título de Mestres Tradicionais, seguido pelo estado do Paraná. Os Estados de Alagoas, Santa Catarina, entre outros, também estão mobilizados para os reconhecimentos. A cerimônia de reconhecimento teve lugar no município de Jaboatão dos Guararapes. “As próximas entregas de títulos estão previstas para os estados do Paraná, Santa Catarina e Alagoas”, adianta o mestre Valdenor.
Para maiores informações: Federação Paulista de Capoeira (11) 97411-6496; e-mail: [email protected]; site: www.fpcapoeira.org.br
(11) 99739-8450 e (11) 99344-3166