Em sua décima participação na CASACOR São Paulo, a Dunelli apresenta a Casa Vértice Dunelli. O projeto de 130m² é assinado pelo escritório Patricia Hagobian Arquitetura e Interiores e fica localizado no primeiro pavimento do Conjunto Nacional, onde acontece a edição especial de 35 anos da mostra paulistana.
O projeto foi construído na face norte do edifício, nas esquinas da Avenida Paulista com a Rua Augusta. O prédio, projetado por David Libeskind há 7 décadas, foi um dos pontos de partida para a criação da Casa Vértice Dunelli, na qual é possível notar diversas referências ao Conjunto Nacional. Assim como o Conjunto Nacional, a Casa Vértice Dunelli foi criada para ser um ponto de muitos encontros, de interação e de convivência entre as pessoas. A ideia principal é a de mostrar a casa como espaço de afetos e memórias coletivas com família e amigos. A concepção da casa estabelece diálogos com a arquitetura do edifício e cria intersecção entre o passado e o presente, trazendo à tona as questões e conceitos como o Slowness e Wellness, duas das principais tendências do morar atualmente.
Sob o tema “Infinito Particular”, o projeto da Casa Vértice Dunelli propõe uma reflexão sobre o tempo, mais uma vez, inspirado pela rica história do Conjunto Nacional. No espaço onde foi construída a casa, os vestígios do passado foram o ponto de partida para ressignificá-lo.
No coração da casa, um living multifuncional simetricamente posicionado, garante um espaço de pertencimento e que instiga o bate-papo entre os habitantes, criando uma dualidade com o teto e seus eixos reticulados. O mobiliário traz o sofá Fragmento, de formas orgânicas e arredondadas, desenhado por Maurício Bomfim.
Destaque, ainda, para as poltronas giratórias Dunna, cheias de detalhes curvilíneos e a poltrona Caetana, que apresenta uma inovação em sua madeira maciça que recebe um clareamento especial. As mesas de centro têm os pés em estrutura de aço carbono e recebe pintura de microtextura, sendo que o tampo contrastante é em mármore nero marquina. Detalhe para o tapete em formato orgânico, design criado pelo escritório, que arremata o ambiente.
Duas cômodas em carvalho ebanizado, arrematam o Living e apresentam cantos arredondados e portas ripadas confeccionadas em um trabalho de usinagem que garante preciosismo geométrico e produtivo, desenhadas por Larissa Diegoli.
Na sala de almoço, a mesa de jantar Filipa, possui desenho diferenciado em formato amorfo, e é combinada às cadeiras Poema e Fuji, essa última, desenhada por Tiago Curioni.
No quarto, destaque para escrivaninha Ella, assinada por Larissa Diegoli, poltrona Collana de Daniel Simonini, e mesa de cabeceira desenhada pelo escritório da arquiteta. O mobiliário é todo composto de lançamentos Dunelli, que adotou medidas nos processos produtivos para amenizar o impacto no meio ambiente.
O contraste entre materiais é um grande diferencial no trabalho e, para manter essa característica, foram escolhidos revestimentos que instigam o toque e possuem um apelo visual capaz de gerar aconchego. Materiais nobres, como lâminas sinterizadas, somam-se às lastras de grande formato e trazem um toque acetinado para os revestimentos de parede e bancada.
No piso, a opção pelo acabamento hard, normalmente utilizado em áreas externas, vem para quebrar o paradigma de que não pode ser usado em ambientes internos e, junto à textura rústica na parede, confere um visual inusitado e que colabora na construção do paralelo com o edifício, revisitando o conceito de integração de espaços públicos.
Como destaque para os revestimentos, a valorização do trabalho manual se faz presente com o uso de palha natural com um desenho inusitado e geométrico, especialmente produzida por uma equipe de artesãs do interior de São Paulo. Esse material revestirá grandes portas de correr que integram a cozinha ao Living.
Destaques do projeto
Para compor todo clima e história do ambiente, a Dunelli trouxe peças de design com alto grau de complexidade na execução dos móveis. O sofá Fragmento desenhado por Maurício Bomfim, é uma peça estruturada em madeira de reflorestamento, com espuma de alta densidade, percintas italianas, e curvatura cheia de sutileza. A peça pode ser customizada de acordo com cada projeto, tanto em tamanho, como em diversos tipos de tecidos.
Destaque, também, para o projeto a quatro mãos para a construção da lareira concebida pelo escritório Patricia Hagobian, e executado pela Construflama. A obra do artista Alexandre Mazza é outro item de desejo e tem sua relevância significativa para os grandes colecionadores de arte.
Ao ocupar um espaço tão simbólico para a arquitetura brasileira, várias soluções precisaram ser personalizadas, desde a criação de pisos elevados, até a não estruturação na laje – algo particularmente desafiador. O escritório trouxe, então, uma proposta inovadora para o ambiente: as paredes praticamente ficam “soltas” e sem muitas amarrações, tornando-se autoportantes. O teto parece flutuar e valoriza a laje existente. Para amplificar essa sensação, a iluminação foi excluída, passando a ser instalada apenas como luzes indiretas e balizando pontos estratégicos. O objetivo principal é o de criar um clima intimista e trazer uma questão que tem aflorado muito no trabalho da arquitetura de interiores: o bem-estar. Proporcionando um espaço de bom projeto luminotécnico, o que pode trazer benefícios para a qualidade de vida dos moradores da casa.
No projeto, houve ainda a hierarquização de elementos da arquitetura do espaço com a valorização da arquitetura do Conjunto Nacional. Pilares foram expostos e um novo teto destacando as vigas aparentes do edifício são protagonistas da Casa Vértice Dunelli. A permeabilidade foi outra questão levantada e, com isso, a integração entre os ambientes foi fundamental. Paredes que não encostam no teto, garantem a fluidez e desníveis garantiram a modulação dos espaços.