Um grupo de ciclistas denunciou, nesta quinta-feira (2), casos de assédio cometidos por um motorista em ciclovias de Salvador. Segundo os relatos, o homem estaria perseguindo mulheres na tentativa de passar a mão na bunda delas pela janela do seu carro. O automóvel do denunciado é branco, modelo Up da marca Volkswagen, placa KRF-6039, do Rio de Janeiro.
A ciclista Cristiane Duque, de 46 anos, conta que foi vítima da situação em duas ocasiões, na Avenida Magalhães Neto: nesta quinta e no dia 16 de fevereiro, primeiro dia do Carnaval da cidade.
“Era por volta das 6h15. Percebi que tinha um carro atrás de mim em velocidade baixa. Achei estranho e encostei na ciclovia para ele passar, mas, quando fui fazer a curva, onde não tem ciclovia, ele se aproximou muito de mim e jogou o braço para fora [da janela] e tentou pegar na minha bunda. Achei que ele estava bêbado, afinal, era Carnaval. Mas ele deu outras voltas atrás de mim. Quando percebi, o xinguei e ele foi embora”, recorda.
Nesta quinta, amigos de Cristiane reconheceram o carro e registraram imagens das tentativas de assédio. “Quando ele viu que estavam filmando, ele fugiu em direção ao Costa Azul”, conta Cristiane. Mais tarde, por volta das 6h20, ela foi à avenida para concluir o seu treino e foi novamente abordada pelo homem.
“O vi e fiquei com medo. Ele deu a volta e veio por trás, para perto de mim de novo. Então, acelerei para encontrar um amigo que estava na frente. No mesmo retorno da primeira vez, ele se encostou e se projetou para fora do carro. Gritei para ele parar, então ele percebeu que eu tinha notado e parou o carro na [via] marginal. Ficou de longe, olhando”, relata.
As imagens do carro foram divulgadas em grupos no WhatsApp de maneira a alertar as mulheres que praticam ciclismo na capital baiana. Segundo Cristiane, outra vítima se pronunciou e afirmou que o homem a assediou na Barra, próximo ao Morro do Cristo. Neste caso, o motorista conseguiu pegar na bunda da mulher.
Tricampeã brasileira de ciclismo em provas de estrada e contrarrelógio, Cristiane desbloqueou um novo medo após os assédios. “Eu preciso sair sozinha para treinar. Antes, eu tinha medo de roubo porque os equipamentos da bicicleta são caros, mas agora, além disso, ainda tenho que ter medo dessas coisas. E, além do assédio, posso cair: se me derruba, posso até morrer a depender da velocidade. É perigoso”.
Com informações do site Metro1