Foi divulgado nesta sexta-feira (19) pela Polícia Civil, o conteúdo dos depoimentos dos dois jornalistas suspeitos de envolvimento em um suposto esquema de fraudes por meio de doações via PIX em uma emissora de televisão em Salvador. Eles foram ouvidos na Delegacia de Estelionato e Outras Fraudes (Dreof) na quinta (18).
Conforme a polícia, até o momento, não há um valor exato da quantia supostamente desviada e o caso é enquadrado como estelionato por meio virtual.
A suposta fraude veio à tona no dia 10 de março, através das redes sociais. De acordo com a Polícia Civil, 11 casos do suposto golpe estão sendo investigados. Em todos eles, as vítimas seriam pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Até esta quinta-feira (18), 27 pessoas foram ouvidas, entre funcionários da emissora e pessoas que disseram ter sido vítimas das fraudes. Segundo suspeita da polícia, rifeiros estariam envolvidos no caso e funcionavam como laranjas, donos das chaves pix utilizadas na fraude.
Confira o conteúdo dos depoimentos:
- Em seus depoimentos, ambos informam que houve movimentação financeira entre eles, jornalistas. Um dos titulares de chaves Pix usadas na fraude é amigo de infância de um dos dois. No entanto, ambos justificam que tal movimentação foi por causa de um empréstimo em dinheiro vivo de dezenas de milhares a este amigo.
Foi ouvido também o titular da conta bancária ligada à chave PIX que apareceu na tela da TV, no caso que contou com a ajuda de um jogador de futebol.
- Segundo a polícia, este titular afirmou que emprestou a conta dele para o amigo de infância de um dos jornalistas, fornecendo à polícia, inclusive, os extratos bancários.
A Polícia Civil informou que verificou que há uma grande divergência entre o valor total doado e a quantia repassada: houve apropriação de cerca de R$ 70 mil provenientes destas doações, valor do qual a contribuição do jogador não fazia parte.
Os demais titulares das chaves Pix são pessoas ligadas, direta ou indiretamente, a esse amigo de infância de um dos suspeitos.
- Um dos jornalistas alegou que a entrada do montante na conta dele tinha origem no fato de que pessoas pagavam para ter seus nomes citados no ar e que mentia ao citar os nomes dessas pessoas como doadoras.
- Segundo afirmaram os dois, o valor pago por essas pessoas era dividido entre ambos. Além disso, em relação à entrada de dinheiro nas contas proveniente da conta do amigo de infância de um deles, a dupla justifica que tratava-se do pagamento dos empréstimos feitos em dinheiro vivo.
Com informações do site G1 Bahia