Covid-19 pode deixar de ser classificada como pandemia, no Brasil

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Foto: Reprodução

A dinâmica vacinal e a diminuição do número de óbitos faz o Covid-19 perder força pandêmica.

O presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) e pesquisador da Fiocruz, o infectologista Julio Croda, estava a frente do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, durante a gestão do ministro Luiz Henrique Mandetta, logo no início da pandemia. Por esse motivo se tornou uma das maiores referências no assunto no Brasil.

Em entrevista para o Jornal O Globo, Croda que já conhecido internacionalmente pelo seu trabalho de pesquisa no enfrentamento à tuberculose, acredita estarmos perto do fim da pandemia. Para ele, em breve será possível relaxar o uso de máscaras.

Mas, alerta para a necessidade de ampliar a quarta dose para os idosos, em especial aqueles que tomaram três injeções da CoronaVac.

 O infectologista, que também é professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) diz que “estamos caminhando para o fim da pandemia e vamos entrar numa situação com períodos sazonais e próximos, como já acontece com a gripe e a dengue, por exemplo”.

Para ele, devido ao avanço das imunizações, iremos passar da pandemia para a endemia que significa um menos impacto nas hospitalizações e óbitos nas redes de saúde.

“Esse vírus só vai matar menos se tiver alta cobertura vacinal. Foi assim com a gripe H1N1, quando surgiu a gripe 2009. Partimos de uma letalidade de 6% e isso foi reduzido para 0,1%.”, explica.

Para Croda, os sinais dessa nova fase já estão acontecendo. “Países começarão, de alguma forma, a diminuir as medidas restritivas, cancelando a obrigatoriedade do uso de máscaras, de manter distanciamento, de evitar aglomeração. 

Isso já acontece na Europa. Depois da onda de Ômicron, todos os países flexibilizaram”, enfatiza, porém, que essas medidas de flexibilização serão diferentes de região para região a depender da cobertura vacinal. 

Sobre a quarta dose, ele defende a importância para as pessoas idosas ou com comorbidades. “No Brasil ela se torna ainda mais importante porque a maioria dos três primeiros esquemas de imunização foram com a CoronaVac”

“O papel da CoronaVac foi fundamental para iniciar a partida. Qualquer vacina é melhor do que nenhuma. Então ela salvou muitas vidas. Mas quando tiver a opção, é importante escolher a melhor”, afirma e completa dizendo que para o resto da população não há evidências de que a quarta dose seja necessária.

No Brasil, segundo o infectologista, ainda vivemos o pico da Ômicron e por isso não podemos adotar medidas europeias de flexibilização. A nossa cobertura vacinal é diferente, a dinâmica da pandemia aqui é diferente, ela chegou mais tardiamente. Temos que observar nossos indicadores. 

O mês de fevereiro ainda vai ter muita transmissão, muita hospitalização, muito óbito”.  Ele acredita ainda que a partir de março teremos uma situação favorável, os gestores vão começar a copiar as medidas que foram feitas na Europa, principalmente no que diz respeito às flexibilizações. Isso deve acontecer à média que o número de óbitos, que é o indicador, começar a cair, chegar nos períodos pré – Ômicron .

Embora no Brasil o período seja propício às aglomerações por conta das festas carnavalescas mesmo que privadas e c atendendo as regras estabelicidades de segurança, Croda não acredita em retomada da pandemia ou aumento dos números de casos.

“O que pode acontecer, a depender da cidade e do estado, é uma redução da velocidade de queda do número de casos, mas não uma retomada.  A não ser que surjam novas variantes, mais transmissíveis que a Ômicron e que tiveram um escape da resposta imune como a Ômicron.”, finaliza.

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