O deputado federal João Roma (Republicanos-BA) foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para ser o novo ministro da Cidadania, pasta responsável por gerenciar os programas sociais do governo, como o Bolsa Família.
Roma substitui Onyx Lorenzoni, que sairá da Cidadania para a Secretaria-Geral da Presidência. “Da minha parte, está decidido. Pode ser amanhã (quarta, dia 10) o anúncio oficial mas ao que tudo indica será depois do carnaval”, disse Bolsonaro em conversa com apoiadores na terça-feira (9). A informação foi divulgada pelo portal R7 e confirmada pelo Congresso em Foco com o deputado Jonathan de Jesus (RR), que liderou o partido na Câmara nos anos de 2019 e 2020.
Republicanos se aproximou do governo no início de 2020, quando a bancada do partido na Câmara se reuniu com Bolsonaro. O partido já indicou cargos na administração federal como secretarias dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Regional.
A legenda tem fortes ligações com a Igreja Universal do Reino de Deus. O presidente do Republicanos, Marcos Pereira, e o ex-prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella são bispos da igreja.
Deputado de primeiro mandato, João Roma é próximo do presidente nacional do DEM e ex-prefeito de Salvador (BA), ACM Neto, de quem foi chefe de gabinete e o conhece há 30 anos.
Antes de ser filiado ao Republicanos, Roma era do PFL, antiga denominação do DEM e já foi presidente da juventude do partido. O deputado da Bahia é da ala do Republicanos que não tem ligação com a Universal.
Nos últimos dias, ACM Neto tentou fazer o aliado desistir de aceitar o posto para evitar dar a impressão de que indicou pessoas para cargos no governo de Bolsonaro.
A legenda foi umas das principais aliadas de Arthur Lira (PP-AL) no caminho para a presidência da Câmara. Uma fonte da legenda disse ao Congresso em Foco na semana passada que o Republicanos construiu uma diálogo direto com Bolsonaro e as conversas para assumir um ministério existem desde meados de 2020.
“É muito fácil fazer a leitura de que isso é uma moeda de troca na eleição de Lira para Mesa. Parece que o mundo gira em torno disso, mas não é isso exatamente. Tem movimentações? Tem. Mas essa conversa do Republicanos tem uma gênese diferente, ela não começou na eleição da Mesa Diretora”, declarou um deputado da legenda.
O Republicanos passou a ficar mais próximo do governo após o presidente da sigla, Marcos Pereira, se afastar do ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), rival de Bolsonaro.
Pereira e Maia eram aliados próximos até a corrida pelo comando da Câmara, quando Maia lançou Baleia Rossi (MDB-SP) e o dirigente do Republicanos apoiou Lira.
“Até se consolidou, óbvio, fortaleceu depois que Marcos Pereira se distanciou do Rodrigo, mas a conexão não é essa, começa em maio [de 2020] quando houve café da manhã e aproximação com Bolsonaro. Isso passa em outubro [de 2020] com a conversa da cisão do Ministério da Indústria e Comércio, que Marcos Pereira não aceitou naquele momento porque queria ser presidente da Mesa”, disse a fonte ouvida pelo site na semana passada.
Fonte: congressoemfoco