Caso aconteceu na manhã desta sexta-feira (4). Mulher não teve ferimentos graves, mas família perdeu móveis, eletrodomésticos, roupas e documentos no deslizamento de terra.
Um barranco desliza e destruiu a casa de uma família na cidade de Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador, na manhã desta sexta-feira (4). Uma mulher ficou ferida e uma bebê de 11 meses foi salva pelos pais.
A casa fica na comunidade Deus é Fiel, em uma área de risco no limite com a capital baiana. A mulher ferida morava no local com a filha, o genro e a criança, que é neta dela. Ela chegou a ficar soterrada e foi resgatada pelos vizinhos. A mulher ficou ferida nas pernas e no rosto.
O genro dela, identificado apenas pelo prenome Micael, contou que a família dormia quando o barranco deslizou. A terra desceu, arrastou a vegetação e derrubou a casa.
“A gente foi surpreendido. Estava todo mundo dormindo ainda, porque todo mundo foi dormir tarde ontem. A gente só ouviu o barulho e quando a gente se deparou, já estava debaixo da terra. A minha sogra chegou a ficar enterrada. Os destroços levaram a cama que a gente estava deitado com nossa filha. Com o barulho, no susto, a gente bafou [pegou] correndo a criança e guardou, porque os destroços caíram por cima. Graças a Deus os vizinhos ajudaram a gente a sair de debaixo dessa lama, debaixo da tempestade”, relatou ele.
“Perdemos tudo, está tudo quebrado, nada mais presta. Graças a Deus, a gente teve esse livramento, mas eu peço que eles entrem com uma solução, com uma providência, porque poderia ter acontecido uma coisa pior”.
A Defesa Civil esteve no local e o Ministério Público está acompanhando situação das famílias que também moram na área. Segundo Micael, os deslizamentos de terra são frequentes na comunidade.
“Isso vem acontecendo sempre, mas a situação sempre dá para ver e a gente sai logo, então não veio a acontecer dano nenhum com as outras famílias. Mas dessa vez nós fomos pegos de surpresa. Uma coisa dessa que a gente não viu”.
Micael diz que vai precisar de ajuda para reconstruir a casa, já que a família perdeu móveis, eletrodomésticos, roupas e documentos no deslizamento de terra.
“Eu vou precisar de ajuda, porque eu não tenho condições de chegar ali e comprar tudo. Se eu tivesse condições eu não estaria aqui, estaria em um lugar melhor. Minhas condições são poucas e eu peço ajuda, porque todos nós precisamos de ajuda. Eu não tenho mais nada, não deu para salvar nada. Está tudo molhado, destruído. Documento está destruído, sofá, cama, fogão, geladeira, as coisas da minha filha, não sobrou nada, nem roupinhas para ela”.
A área está em fase de desocupação, para que os moradores sejam transferidos para outras moradias. Esse processo é acompanhado pelo MP-BA, mas as famílias da comunidade se queixam da demora para receberem as novas escrituras.
“O povo aqui está todo notificado. Toda vez eles vêm aqui e notificam as mesmas pessoas, mas nenhuma solução. Nenhum auxílio aluguel é recebido, nenhuma casa é falada, não chegam aqui para ajudar, para se manifestar, fazer alguma coisas sobre nós”.