O sonho era de uma medalha de ouro, mas Bia Ferreira fez história na Olimpíada de Tóquio (Japão) ao conquistar a prata após perder a final da categoria até 60 kg do boxe para a irlandesa Kellie Harrington, por decisão unânime dos juízes, na madrugada deste domingo (8) na Arena Kokugikan.
“O atleta sempre quer ganhar. Sabia que estava sendo uma luta parelha. Ela foi superior, mas acredito que foi um belo combate, ela usou a estratégia de anular meu jogo e não consegui mudar isso. Mas estou feliz de estar nesse pódio, ter conseguido a prata, foi muito importante já que venho participando de campeonatos e, apenas em um até hoje, eu não consegui estar no pódio. Então estar aqui tem o mesmo peso, como se fosse ouro. É duro, mas é gratificante ver que eu trabalhei, fiz as melhores escolhas”, disse a pugilista, após a luta, ao Comitê Olímpico do Brasil (COB).
E Bia também expressou o desejo de, na próxima edição dos Jogos, em Paris, buscar a tão sonhada medalha dourada: “Tóquio acabou, mas esse ano ainda temos mundial, então não podemos parar. E aí Paris? Vou conversar com meu treinador ali e vamos ver. Por mim sim. Quero mudar a cor dessa medalha”.
Com a prata de Bia Ferreira, o boxe brasileiro encerra os Jogos de Tóquio com três medalhas. Antes vieram o ouro de Hebert Conceição, na categoria até 75 quilos, e o bronze de Abner Teixeira, na categoria até 91 quilos.
Já no vôlei os Estados Unidos não deram chance ao Brasil e conquistaram o ouro olímpico no vôlei feminino ao vencerem a final por 3 sets a 0 (parciais de 25/21, 25/20 e 25/14), em 1 hora e 22 minutos de jogo. Na decisão realizada na Arena de Ariake na madrugada deste domingo (8), as americanas finalmente chegaram ao primeiro título em Olimpíadas na modalidade, após três pratas e dois bronzes. Já as brasileiras tiveram frustrado o sonho do terceiro ouro. Curiosamente, os outros dois foram conquistados em finais diante dos Estados Unidos (Pequim 2008 e Londres 2012).
A decisão em Tóquio colocou frente a frente as duas equipes que estiveram na final da Liga das Nações, em junho, que terminou com título americano. Na campanha até o último jogo, a seleção brasileira chegou invicta, enquanto os Estados Unidos perderam somente uma partida.
No entanto, na final, as americanas pareceram bem mais alinhadas, abrindo 4 a 0 na primeira parcial e estando à frente no placar praticamente durante todo o tempo. Encontraram alguma resistência nos dois primeiros sets, vencidos por 25/21 e 25/20, antes de dominarem completamente a última parcial por 25/14. O destaque ficou por conta da oposta Andrea Drews, principal pontuadora da final com 15 pontos.
A prata em Tóquio, a terceira medalha nos últimos quatro ciclos olímpicos, representou o fim de uma história para pelo menos duas atletas do Brasil. Fernanda Garay e Camila Brait não voltarão a vestir a camisa da seleção. A sensação ao final da partida era um misto de orgulho pela campanha e tristeza pela derrota.