Após a votação do reajuste nos salários dos servidores da educação municipal na tarde desta segunda-feira (12), a vereadora Ireuda Silva (Republicanos) foi cercada por dezenas de professores em frente à Câmara Municipal de Salvador. De acordo com a assessoria da parlamentar, insatisfeitos com o resultado da sessão, os manifestantes atacaram moral e fisicamente a vereadora.
O projeto de lei do Executivo foi aprovado com unanimidade, após um acordo entre vereadores governistas e da oposição. A classe queria um reajuste de 20%, mas, segundo os parlamentares, um estudo realizado na Casa teria mostrado que a prefeitura não teria como manter esse aumento.
Vídeos do momento mostram dezenas de manifestantes cercando a vereadora em frente à Câmara. É possível ouvir vaias e gritos de “traidora”, “vergonha do povo” e “pau mandada”. Alguns dos servidores chegam a discutir com a vereadora apontando o dedo para o rosto dela. A assessoria da parlamentar alegou ainda que a Ireuda foi alvo de “ofensas de teor racista e machista”, o que não teria acontecido com outros vereadores brancos.
Em nota enviada ao Metro1, Ireuda afirmou que entende a insatisfação e a pauta da categoria, mas que se sente “triste” com o episódio. “O que mais me deixou triste foi terem dito que sou a vergonha do povo negro, como se eu fosse uma criminosa. Ao contrário disso, todo mundo sabe que tenho uma trajetória reconhecida de combate ao racismo. Essas ofensas vieram de mulheres e homens negros, que deveriam ter a consciência de que são atitudes como essa que nos enfraquecem e nos dividem. Isso só faz fortalecer o racismo e o machismo, que todos os dias mata tantos de nós”, disse.
Com informações do site Metro1