Após BBB, Jessi faz primeira visita à Bahia e planeja carreira de digital influencer: ‘A fama tem me assustado, mas é muito gostoso’

Professora ressalta o amor que tem pela terra natal e falou dos planos depois do reality.

A ex-BBB Jessilane Alves, popularmente conhecida como Jessi, 26 anos, ainda não se acostumou com a fama. Em sua primeira vista à cidade de Bom Jesus da Lapa, no oeste do estado, depois de ter deixado o reality show, ela falou sobre o amor pela terra natal, os planos profissionais traçados após ganhar visibilidade nacional e ataques racistas recebidos nas redes sociais.

“A fama tem me assustado, mas, ao mesmo tempo, é muito gostoso”.

Jessi é mestre em biologia e tem ampla experiência como professora. Desde que deixou o BBB, se tornou influenciadora digital e, ao chegar na cidade onde nasceu, foi tietada por fãs que foram batizados carinhosamente de “Jessilovers” em momentos que estão compartilhados em suas redes sociais.

Amor pela terra natal

Ex-BBB Jessi Alves em Bom Jesus da Lapa, na Bahia — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Ex-BBB Jessi Alves em Bom Jesus da Lapa, na Bahia — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Apesar de nunca ter morado em Bom Jesus da Lapa, Jessi garante que é apaixonada pela cidade onde nasceu. A baiana conta que sua mãe morava em Brasília, mas tinha o desejo dar à luz no oeste do estado. Então, voltou à Bahia antes do nascimento de duas filhas.

“Eu com nove meses na barriga de minha mãe e ela inventa de pegar um ônibus para me ter aqui cinco dias depois”, contou.

A irmã de Jessi também nasceu em Bom Jesus da Lapa e, após o nascimento dela, a família se mudou para o estado de Goiás. Elas costumavam passar as férias na Bahia, já que parte da sua família mora em um sítio a cerca de 12 quilômetros do centro da cidade.

Durante a visita à Bahia, ela e a irmã voltaram a visitar pontos turísticos da cidade como, por exemplo, o Santuário do Bom Jesus da Lapa e da Mãe da Soledade, além do Rio São Francisco.

Vida na docência

Antes de entrar no BBB, Jessi trabalhava em um colégio particular na cidade de Valparaíso de Goiás (GO). A escola ficava a cerca de três quilômetros de sua casa, caminho feito quase sempre de bicicleta.

A baiana morava de aluguel e ganhava cerca de R$ 1.600. Apesar de morar sozinha, o dinheiro não era suficiente para pagar as despesas. Por isso, dava aulas particulares e atuava como professora em um canal na internet voltado à preparação dos alunos para vestibulares e para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

No início da carreira, Jessi trabalhou em uma escola pública na periferia de Goiás, experiência tida como crucial por conta da convivência com alunos.

“Nessa escola trabalhei quase três anos e isso ajudou muito na minha construção pessoal. Foi lá que aprendi a ser professora, ter empatia e entender como nossa sociedade funciona.”

“Tive que lidar com estudantes diversos, que engravidavam na adolescência, que tinham problemas para entender gênero e sexualidade. Tive o prazer de ver alunos sendo aprovados em locais que eles não imaginavam ser possível”, complementou.

Na última sexta-feira (6), a ex-BBB anunciou nas redes sociais que quitou o financiamento do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies).

“A possibilidade de estar no BBB fez com que eu conseguisse pagar a dívida mais rápido”, disse.

Planos pós-BBB

Ex-BBB Jessi Alves no carnaval 2022 — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Ex-BBB Jessi Alves no carnaval 2022 — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Após o BBB, Jessi pretende se dedicar a carreira de influenciadora digial e aproveitar as oportunidades que surgiram por causa da participação no reality.

“Não tem como passar pelo BBB, reality de maior audiência, e deixar de lado tudo o que ele me proporcionou. Pretendo melhorar minha vida financeira e deixá-la estável”.

A professora deseja aproveitar as oportunidades que surgirem na TV e na publicidade, para que daqui a alguns anos volte a atuar como professora. “Eu dava aula por amor, mas era algo que me sustentava, pois precisava do dinheiro”.

“Quero trabalhar muito, porque tudo que alcancei na minha vida foi na base do trabalho e agora não vai ser diferente”.

Além disso, a baiana pretende seguir falando sobre educação em suas redes sociais, sobre o sistema de educação brasileiro, bem como disseminar a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Ataques racistas

No final de abril, Jessi participou do Dia 101, quando reencontrou os participantes do BBB 22. Durante a atração, foi questionada sobre quem não merecia chegar onde chegou e respondeu que seria o campeão da edição, Arthur Aguiar.

“Quando falei isso, não queria desmerecer ele e nem ofender, mas eu via que da forma que o jogo se configurou, outras trajetórias foram tão ricas quanto a dele. Acho que o DG [Douglas Silva] deveria ganhar. O DG foi atacado durante a edição inteira, recebeu vários votos, foi a muitos paredões, mas ele não usava isso para dizer que merecia ganhar o programa ou que era atacado”, comentou.

Após expressar sua opinião sobre a vitória de Arthur Aguiar, as redes sociais da baiana foram inundadas por ataques racistas.

“De alguma forma a gente vem tentando construir nossa narrativa, mas, se falamos algo que as pessoas não gostam, elas nos colocam no lugar de militância. A maioria dos haters falava sobre o fato de eu ser mulher, preta, periférica, pobre e professora. Me chamavam de ‘passa fome’, como se eu quisesse construir uma narrativa vitimista, e lá dentro [do BBB] eu nunca levantei bandeira sobre quem eu sou”.

Jessi Alves no Dia 101, onde reencontrou os companheiros de BBB — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Jessi Alves no Dia 101, onde reencontrou os companheiros de BBB — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Jessi ainda destacou que o comportamento das pessoas reflete em como é a sociedade. Segundo ela, ainda não somos evoluídos e, se fosse um homem branco dizendo que Arthur não merecia chegar onde chegou, a repercussão seria de outra forma.

“Acho importante falar sobre isso porque hater sempre existiu e sempre vai existir. Recebo comentários assim em tudo o que posto.Agora quando você toca em um lugar que deixa de ser brincadeira, como é o caso do racismo, não é legal. Até porque racismo é crime”.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui