
Com a queda constante na média semanal de doses aplicadas, governos locais e empresas adotaram medidas alternativas para incentivar os americanos a buscarem a imunização; meta é vacinar pelo menos 70% da população até o Dia da Independência
WASHINGTON – Cerveja, desconto no supermercado, em restaurantes premiados, donuts grátis até o ano que vem, ingresso para jogo de beisebol, flores, cigarro de maconha, sorteio de um Chevrolet Camaro ou dinheiro. Os incentivos oferecidos por empresários e governos locais nos EUA para que a população se vacine contra covid-19 não param de crescer.
Os EUA aceleraram a vacinação em março e abril, com recorde de 4 milhões de pessoas imunizadas por dia, mas o país tem registrado uma queda nos números de imunização. O problema não é a oferta de vacinas, e sim a demanda, algo que autoridades e o setor privado tentam contornar.
WASHINGTON – Cerveja, desconto no supermercado, em restaurantes premiados, donuts grátis até o ano que vem, ingresso para jogo de beisebol, flores, cigarro de maconha, sorteio de um Chevrolet Camaro ou dinheiro. Os incentivos oferecidos por empresários e governos locais nos EUA para que a população se vacine contra covid-19 não param de crescer.
Os EUA aceleraram a vacinação em março e abril, com recorde de 4 milhões de pessoas imunizadas por dia, mas o país tem registrado uma queda nos números de imunização. O problema não é a oferta de vacinas, e sim a demanda, algo que autoridades e o setor privado tentam contornar.
Na primeira quinzena de abril, os EUA imunizaram, em média, 3,38 milhões de pessoas por dia. O número caiu para 2 milhões nesta semana. O país conseguiu aplicar ao menos uma dose em 150 milhões de pessoas, o equivalente a 57% dos adultos e 45% da população total. O desafio agora é atingir a parcela da população que não quer se vacinar ou os que têm dificuldades de acessar os locais de imunização.
Novas estratégias dos governos federal e estaduais tentam facilitar o acesso à vacina. Muitas cidades deixaram de lado o sistema de agendamento adotado anteriormente para permitir a aplicação de doses em qualquer cidadão, sem horário marcado. Os centros de vacinação em massa – normalmente em estádios, grandes escolas ou outlets, distantes das cidades – têm sido desativados para privilegiar farmácias e clínicas de saúde rurais. A ideia é aumentar a capilaridade e aproximar os locais de vacinação das pessoas.
O governo federal também ofereceu crédito fiscal para empresas concederem folga remunerada aos funcionários que precisam do dia livre para receber a vacina – ou para lidar com efeitos adversos. Cerca de mil empresas já aderiram.
Mas essas mudanças não atingem cerca de um terço da população que simplesmente não quer se vacinar, por crença ou desconfiança. Levantamento feito pela organização Kaiser Family Foundation aponta que 6% dos americanos afirmam que só irão se vacinar se forem obrigados, 13% dizem que “definitivamente” não irão se vacinar e 15% vão “esperar para ver” antes de decidir. A resistência de parte dos americanos coloca em risco o sucesso da estratégia de imunização do país.
Iniciativas locais tentam convencer ao menos a parcela dos que ainda estão abertos à ideia de se vacinarem. Algumas foram anunciadas pelos especialistas que comandam o combate à pandemia em nome do governo Biden, como descontos em redes de supermercado de até 10% para vacinados.
Em Nova York, desde abril, ativistas vêm distribuindo cigarros de maconha a pessoas vacinadas. Em março, a maconha recreativa foi aprovada no Estado. Em Michigan, um dispensário de maconha também oferece baseados de graça a quem já se vacinou.
Em Memphis, no Estado de Tennessee, os vacinados podem entrar em um sorteio de um carro novo. O vencedor pode escolher entre uma lista de veículos, como um Chevrolet Camaro. “Receber uma dose (de vacina) não é apenas sua melhor chance de se manter seguro e saudável, você também terá a chance de ganhar um veículo novo de sua escolha”, anunciou a prefeitura.
Empresas como a American Airlines e a Amazon também passaram a oferecer incentivos a seus funcionários. A companhia aérea oferece um dia extra de folga, além do usado para a vacinação, e US$ 50 em pontos da própria companhia. A Amazon paga US$ 80 para os profissionais da linha de frente de entregas que comprovarem que estão vacinados.
Por Estadão