Ex-funcionários de terceirizada da Ford na Bahia voltam a protestar e cobram pagamento de indenização

Trabalhadores de três empresas que prestavam serviço da montadora alegam que não foram contemplados com os acordos de indenização feitos pelo sindicato e cobram um posicionamento.

Ex-funcionários terceirizados da Ford protestam na manhã desta sexta-feira (18), na BA-535, mais conhecida como Via Parafuso, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. A pista está bloqueada e pneus foram incendiados pelo grupo, para evitar a passagem de veículos.

Os trabalhadores faziam parte de três empresas que prestavam serviços para a montadora. Segundo o grupo, a manifestação foi realizada porque o pagamento de indenização dos ex-funcionários das empresas parceiras ainda não foi executado.

Os acordos de indenização foram feitos pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Bahia. Os ex-funcionários das terceirizadas alegam que não foram contemplados com as indenizações, e cobram tanto a Ford quanto o sindicato pela decisão. O impacto atinge cerca de 1.500 trabalhadores.

No último protesto da categoria, feito há cerca de um mês, a Ford havia informado que não se manifestaria mais sobre o assunto, e disse que essa é uma questão compete às empresas empregadoras. Na mesma época, o sindicato informou que buscaria uma indenização complementar em favor dos trabalhadores.

Encerramento das atividades

Fábrica da Ford em Camaçari, na Bahia, em outubro de 2007 — Foto: Wilson Pedrosa/Estadão Conteúdo/Arquivo

A Ford anunciou o encerramento dos trabalhos no Brasil em janeiro de 2021. Além da fábrica de Camaçari, a empresa também tinha fábricas em Taubaté (SP) e em Horizonte (CE). Quando fechou, em maio do mesmo ano, a montadora era a quinta maior vendedora de carros no Brasil, com 7,14% do mercado.

Na época, a montadora informou que a decisão foi tomada “à medida em que a pandemia de Covid-19 amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas”.

Centenas de funcionários da empresa, diretos e indiretos, protestaram contra a suspensão das atividades. A Ford alegou que cinco mil empregos seriam afetados, mas o Sindicato dos Metalúrgicos da Bahia avaliou que 12 mil trabalhadores ficaram desempregados.

O governo da Bahia foi indenizado em R$ 2,15 bilhões pela Ford, por causa do fechamento. O valor foi resultado de um acordo entre as partes. Na época dessa transação, em junho de 2021, a montadora preferiu não se posicionar sobre o caso.

No entanto, fontes do estado informaram que a Ford estava trabalhando com todas as empresas parceiras de negócio, para desenvolver um plano que iria minimizar os impactos do encerramento da produção, incluindo sindicatos, fornecedores e distribuidores.

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