Fora do time: Paiva fala sobre “mágoa” ao deixar o Bahia

Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

Após o empate contra o Vasco, o ex-técnico do Bahia, Renato Paiva, deixou a Arena Fonte Nova ao som de vaias da torcida tricolor, última sob o comando do time. Escolhido pelo Grupo City para treinar o time na era SAF, o técnico ficou no cargo por nove meses, mas pediu demissão após uma combinação de fatores negativos. Ele, inclusive, disse que levará “as boas histórias, alegrias, mas também uma certa mágoa” da sua passagem pelo clube.

“O Bahia é um clube apaixonante, de uma torcida gigante e acalorada. Mas que também passa do ponto como qualquer outra. No futebol, somos passíveis a elogios e a críticas, o que é normal, faz parte do jogo. O que não admito é faltar com o respeito com o ser humano”, escreveu em nota.

Ainda segundo o comunicado, dirigentes e jogadores se posicionaram contra a decisão de Paiva. Mesmo na má fase, a diretoria do esquadrão seguia confiante no trabalho do treinador. O clube agradeceu “o profissionalismo, trabalho árduo e dedicação de Renato” no anúncio oficial da saída na quarta-feira (6). No total, foram 49 jogos, com 19 vitórias, 15 empates e 15 derrotas – um aproveitamento de 49%.

Apesar da conquista do 50º título estadual do Bahia, o profissional conviveu com turbulência desde a sua chegada ao time. As derrotas amargas para Fortaleza – 3 x 0 – e Sport – 6 x 0 – na Copa do Nordeste são exemplos disso. Resultados que contribuíram para a eliminação do Tricolor ainda na primeira fase da competição regional.

O técnico também levou o Bahia para as quartas de final da Copa do Brasil, quando foi eliminado pelo Grêmio. Em paralelo, a pressão continuava devido ao desempenho nada agradável no Brasileirão. Na luta contra o Z-4 desde o início do campeonato, o Esquadrão comandado por Paiva acumulou jejuns, atuações ruins dentro de campo e, agora, aparece em 16º lugar, com 22 pontos – um de vantagem para o Santos, que abre a degola. 

As entrevistas coletivas de Renato – que defendia o trabalho, mas justificava a falta de resultados com a ineficácia da equipe – também não agradavam os torcedores – que protestavam na Cidade Tricolor. A Bamor, principal torcida organizada do clube, chegou a publicar uma montagem com o rosto do treinador e orelhas de burro, exigindo a sua saída.

Para além da torcida, a relação de Paiva com a imprensa local também era estremecida. O bate-boca com o jornalista Jailson Baraúna, após a goleada por 4 x 0 sobre o Bragantino, escancarou a relação conturbada. Esses motivos fizeram o treinador pedir para sair, mas ele agradeceu “a oportunidade que o Grupo City deu de comandar uma das camisas mais pesadas do futebol brasileiro”.

A reapresentação do Bahia está marcada para a tarde desta quinta-feira (7), mas o clube ainda não divulgou quem será o entrevistado na coletiva de imprensa. Rogério Ferreira, treinador do sub-20, está no comando das atividades até a chegada do novo técnico, ainda sem prazo definido.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui