O homem suspeito de matar a companheira, a recepcionista Isabel Cristina Bramont Moraes, de 35 anos, asfixiada em junho de 2018, foi condenado a 19 anos e três meses de prisão. A informação foi divulgada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), nesta quinta-feira (7).
O julgamento aconteceu na quarta-feira (6). Segundo informações do MP-BA, a sentença da juíza Andrea Teixeira Lima Sarmento Neto determinou que Jairo Ernandes Gonçalvez Matos Júnior, que já está preso provisoriamente, continue cumprindo a pena em regime fechado.
De acordo como Ministério Público, o crime foi qualificado como feminicídio cometido por motivo fútil, com emprego de meio cruel e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
O caso aconteceu em 22 de junho de 2018. Isabel Moraes foi levada morta para Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itapuã, em Salvador, pelo companheiro.
Na UPA, Jairo Ernandes disse que a mulher sofreu uma queda na casa onde eles moravam, no bairro de Stella Maris. Entretanto, os funcionários da unidade suspeitaram da versão dele e acionaram a polícia.
Jairo Ernandes foi preso no dia 24 de julho, um mês após o crime. De acordo com informações do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), a defesa do condenado chegou a pedir, no dia 2 de agosto de 2018, o relaxamento de prisão. No entanto, a solicitação não foi aceita pela Justiça e ele continuou no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador.
Na época, familiares e amigos de Isabel fizeram uma caminhada em protesto contra esse pedido de relaxamento de prisão.
No dia 6 de agosto de 2018, o laudo cadavérico apontou que a vítima foi morta por asfixia. De acordo com o Ministério Público, o crime foi motivado pela sensação de posse que Jairo Ernandes tinha sobre Isabel Moraes.
Agressões
Isabel foi enterrada na tarde do dia 23 de junho de 2018, no cemitério do Campo Santo, no bairro da Federação, na capital baiana.
Durante o sepultamento, familiares da vítima contaram a história do relacionamento de Isabel e Jairo. Eles começaram a namorar ainda na adolescência, há mais de 20 anos, e tinham duas filhas, uma de 15 e a outra de 17 anos. As jovens têm 18 e 21 anos atualmente.
A família da recepcionista dizia que, antes de morrer, a vítima já havia sido agredida diversas vezes pelo companheiro. Ela era a mais velha de quatro irmãs.
Segundo Maraísa Bramont, irmã da vítima, o relacionamento de Isabel com Jairo era marcado por traições e violência. Eles chegaram a ficar separados por cerca de um ano e meio. Nesse período o condenado foi morar sozinho, mas segundo familiares, perseguia a companheira e não deixava ela se relacionar com ninguém.
Ainda durante a separação, Jairo Ernandes foi morar sozinho, mas, alguns dias antes do crime, ele começou a se reaproximar da recepcionista. A família tinha medo, mas Isabel Moraes dizia que o marido estava mudando.
Fonte: G1