O motorista de aplicativos e montador de móveis Jeferson Pereira da Silva, de 29 anos, deixou nesta segunda (13) a Central de Triagem em Benfica, na Zona Norte do Rio. Jeferson é mais um caso de uma pessoa presa preventivamente com base apenas em um reconhecimento fotográfico. E o pior: a imagem para produzir prova contra ele é de um retrato tamanho 3×4 e com mais de dez anos de existência, que o mostra ainda adolescente. Foram seis dias preso injustamente.
Na delegacia, Jeferson foi reconhecido como autor de um roubo cometido no dia 4 de fevereiro de 2019. A vítima registrou a ocorrência 21 dias depois, disse que teve uma arma apontada para si e que o celular, R$ 5 e a identidade foram levados.
O advogado dele, Carlos Dutra, conseguiu um habeas corpus pela soltura no Plantão Judiciário, e o jovem deveria ter sido solto neste domingo (12). Mas um erro de digitação no alvará acabou atrasando o trâmite. Jeferson foi solto durante o Bom Dia Rio desta segunda.
“Foram os piores dias da minha vida”, afirmou o jovem, na porta da cadeia. A luta, agora, é para limpar seu nome. “Eu ainda não sou inocente. Todo mês eu vou ter de voltar aqui, nesse inferno”, pontuou.
Jeferson só soube que tinha o nome na polícia oito meses depois, durante uma abordagem de policiais militares do programa Méier Presente.
“Na quarta-feira (8), meu irmão foi chamado para receber um saldo do cálculo de uma rescisão de um contrato de trabalho que foi de 2015, e foi chamado para receber em um shopping em Del Castilho. Chegando lá não havia escritório da empresa. Tinha duas viaturas aguardando e deram voz de prisão”, diz Fernanda Pereira da Silva, irmã de Jeferson.
Ela conta ainda que foi ele foi orientado a ir até a delegacia onde o crime foi registrado. Jeferson foi até o lugar, sozinho, no próprio veículo e ligou para casa para contar o que estava acontecendo.