O Banco Central criou um pacote de novas regras para garantir mais segurança nas transações por meio do Pix. A principal delas, que é o limite de transferência de valor no período da noite, vale a partir desta segunda (4). As demais vão entrar em vigor no dia 16 de novembro.
O limite estabelecido para transferência é de R$ 1.000, no horário das 20h às 6h. A regra é para as transações entre pessoas físicas, incluindo os MEIs (microempreededores individuais).
Também será possível pedir a ampliação, porém, este tipo de alteração não será automática – também como medida de segurança para inibir, por exemplo, sequestro-relâmpago– e o banco terá entre 24 e 48 horas para atender o pedido.
Outra medida de segurança é a possibilidade de cadastro de contatos que poderão receber Pix acima de R$ 1.000 a qualquer hora do dia. Neste caso, a alteração também só vale após 24 horas do pedido.
No final de dezembro de 2020, havia 56 milhões de usuários de Pix, segundo o BC, já no final de agosto de 2021, último balanço divulgado, são 106,6 milhões. O aumento se deve à praticidade. O Pix não tem tarifa, é concluído na hora e quem manda o dinheiro só precisa da chave do favorecido, que pode ser um email, o número do celular, o CPF ou uma senha aleatória.
Com isso, atraiu também golpistas. Em janeiro, o pesquisador William Douglas de Almeida, 36 anos, que faz pós-doutorado na USP, teve seus dados utilizados por uma quadrilha que tentou dar um golpe por meio da modalidade. O golpe começou com a clonagem do seu WhatsApp.
“Eu estava vendendo um apartamento e entraram em contato fingindo ser o site onde eu tinha cadastrado o imóvel pedindo uma confirmação de dados. Assim que fiz isso, a quadrilha começou a se passar por mim e pedir dinheiro para os meus contatos”, conta.
Na mensagem, os golpistas diziam que não estavam conseguindo fazer um pagamento via Pix de R$ 1.130 e pediam ajuda com a promessa de devolução do dinheiro no dia seguinte. “Por sorte, ninguém depositou.”
Por ser instantâneo, o Pix passou a ser uma alternativa para o uso do cartão de débito. Para os comerciantes também é mais atrativo porque não tem taxa”, diz Caio Mastrodomênico, analista econômico da Vallus Capital. Ele avalia que, com mais regras de segurança, o Pix será uma ferramenta ainda mais popular entre os usuários de bancos, principalmente aqueles que têm receio de golpe nos caixas.
Dica para ter mais segurança é conferir dados antes da transação Antes de usar o Pix para mandar dinheiro para alguém, é importante seguir algumas precauções, como orienta Ricardo Hiraki, analista financeiro e diretor da Plano, Fintech de Educação Financeira. “Tem que conferir quem é o destinatário e sempre desconfiar de pedidos de dinheiro urgente”.
Segundo ele, os golpistas contam histórias que, geralmente, “deixam a gente ansioso e aflito para ajudar”.
Outra dica é entrar em contato com o amigo ou parente que “pede” a grana, por telefone, para confirmar se a mensagem é real.
A partir desta segunda-feira (4), três importantes mudanças começam a valer:
1 – Limite de transferência
Entre 20h e 6h, o limite de transferência via Pix será de R$ 1.000. A regra também vale para TED (Transferência Eletrônica Disponível)
2 – Ampliação
O cliente poderá pedir a ampliação do limite, porém a aprovação do pedido será entre 24h e 48h após a solicitação
3 -Transferência camarada
Outra possibilidade é cadastrar contatos que poderão receber Pix acima de R$ 1.000 a qualquer hora. Neste caso, a alteração também só vale após 24 horas da solicitação
Outras mudanças para novembro
1 – Bloqueio por cautela
Em caso de suspeita, o banco vai poder bloquear o crédito na conta do destinatário do Pix. De dia, este bloqueio será de 30 minutos e, à noite, de uma hora. Quem estiver recebendo o Pix será avisado sobre o bloqueio temporário
Alerta de laranjas
Os usuários de Pix terão que passar por etapas extras de confirmação da operação, nas transações envolvendo contas marcadas no DICT, inclusive para fins de eventual recusa a seu processamento, combatendo assim a utilização de contas de aluguel ou “laranjas”.
Fonte: BNews