EXCLUSIVO: O futuro de ACM Neto

Imagem: reprodução Folha de São Paulo

Com o protagonismo do ex-prefeito ACM Neto no cenário político nacional cresce as especulações sobre o seu futuro.  Cogitações não faltam: as últimas são que ele poderá ser ministro do governo Bolsonaro ou até candidato a vice na chapa do presidente na reeleição em 2022.

O próprio já disse que não será ministro e fez questão também de dizer em referência a uma nota da coluna de Mônica Bergamo, publicada no site da Folha de S. Paulo, na noite de quinta-feira (4): “Não há hipótese de eu ser vice-presidente de Bolsonaro nem de ninguém”, negou Neto, em postagem no Twitter.

Ainda, em pronunciamento na sexta-feira (05)  na sua conta do Instagram,   rebateu especulações e pontuou que não pensa em eleição no momento: “ …Acho um absurdo que nesse momento esteja se tratando de política e eleições em 2020. A hora agora não é para isso. A hora agora é para que todos tenham responsabilidades…”

Entretanto paralelo ao seu empenho em tratar da pandemia do covid-19, o ex-prefeito não tem perdido tempo em prol do objetivo de ser governador: já está em campo visitando municípios da Bahia e fazendo reuniões   diárias sobre o assunto quando está em salvador.

Além disso, a muito contragosto de nomes importantes do partido como Rodrigo Maia e o ex-ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, tem se aproximado de Bolsonaro principalmente a partir da sua postura decisiva na eleição do presidente da câmara dos deputados, Arthur Lira.

Diante disso, a mais óbvia constatação é: ACM Neto será candidato a governador da Bahia. Praticamente, só Deus pode tira-lo dessa concorrência.

Só que para conquistar o desejado palácio de ondina ele terá de lidar com alguns problemas

No partido que preside e fora dele está mais uma vez sendo acusado de pensar apenas no seu projeto pessoal. Aí um dos líderes da oposição baiana e provável concorrente na disputa pelo governo da Bahia, senador Jaques Wagner, aproveitou para jogar lenha na fogueira após as decisões do partido que definiram a eleição de Arthur Lira (PP) para a presidência da Câmara dos Deputados, em detrimento de Baleia Rossi (MDB), candidato do então presidente Rodrigo Maia (DEM).

 Afirmou:  “ Não me surpreende. É a tradição dele. Abandonar amigos e aliados, sempre no apagar das luzes, como fez em 2018 e agora. Só se move pelos próprios interesses”.

Pode se dizer hoje (08/02) que Maia está praticamente fora do partido Democratas. As últimas declarações públicas de ambos (Maia e Neto) demonstra a mágoa que está bem pressente, principalmente por parte do ex-presidente da câmara dos deputados que acusou neto de sem palavra e traidor: “Foi um processo muito feio do [ACM] Neto e do [governador de Goiás, Ronaldo] Caiado. Ficar contra é legítimo, falar uma coisa e fazer outra, não. Falta caráter”, disse.

Os próximos meses serão decisivos nos planos para 2022. O que o líder Demista mas quer e precisa é que os ânimos sejam acalmados e Maia pare de dar declarações raivosas sobre ele. Assim, vai conseguir colocar seu homem de confiança (Deputado Federal João Roma) em um ministério de Bolsonaro sem que tenha muito alarde.

Estar apoiando Bolsonaro sem que isso fique tão claro na mídia. Neto precisa dessa aproximação com Bolsonaro por vários motivos, um deles é que há sinais de ida do presidente para o Partido Progressista (PP) que está na base de Rui Costa. Mas tem o líder do partido estadual, João Leão, que já demonstrou insatisfação em alguns momento com a tríade (PT-PSD-PP).  O apoio de Leão para os planos estaduais cairia muito bem.

 Outra pedra no caminho é o crescimento do nome da médica de Porto Seguro doutora Raissa Soares. Bolsonaristas aguardam com expectativa o apoio do presidente em prol do nome dela para a disputa.

A oposição achou ótimo a possiblidade da médica entrar na concorrência. Assim os votos ficam mais espalhados e nesse contexto quem perderia seria ACM Neto. Pois apoiadores do presidente pode até votar em ACM Neto, mas em candidato do PT ou apoiado por ele, jamais.

No meio político ACM Neto tem a envergadura comparada a dos principais caciques do país. É de uma família tradicional do Estado, tem uma oratória consistente e acumula feitos políticos que nenhum outro com a mesma idade no Brasil tem.

Em alguns ambientes é considerado um astro tamanha a dificuldade até de nomes importantes da sociedade baiana para falar com ele.

Será eleito governador?

Veremos.

Opinião: Tatiane Lena

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