O futuro político do Ministro João Roma

João Roma
Imagem do portal da Câmara dos deputados

Não é nada fácil Fazer a previsão do futuro de uma pessoa. Muitas vezes podemos cometer equívocos. E quando essa previsão é sobre o futuro político de uma personalidade política, com um status crescente, a missão torna-se mais complexa.

Estamos falando do deputado federal licenciado e atual ministro da cidadania, João Roma.

Ele é um Pernambucano que pode se dizer que, desde 1993, está ligado politicamente a Bahia, pois a partir dessa data filiou-se no extinto PFL, cujo grande comandante nacional na época era ACM, o avô. Partido esse que hoje é o atual DEM comandando nacionalmente pelo ACM, o Neto.

Em 2003, João Roma foi membro da direção executiva nacional do PFL como presidente nacional do PFL Jovem.

Sendo assim, passado o tempo, nosso atual ministro se torna o chefe de gabinete, em 2013, do prefeito ACM Neto. E por lá permaneceu até 2018. Ele só Saiu para disputar as eleições como o candidato a deputado federal escolhido e com as bênçãos do gestor municipal. Ganhou com 84.455 votos. Segundo as más línguas de pessoas que rodeia a política, poucos votos tendo em vista a estrutura montada para a sua eleição.

O texto não é sobre o futuro, por que está falando do passado? O passado é imprescindível para conhecer o futuro. E isso na política é quase uma regra. Amigos ou desafetos políticos de hoje têm a explicação no passado.

Nesse contexto, chegamos a 2021. João Roma, ainda era fiel amigo e aliado do ex-prefeito ACM Neto até que, em fevereiro, foi convidado pelo presidente Jair Bolsonaro a ser ministro da cidadania. Um dos ministérios mais importantes do Brasil. O que trata dentre outras demandas sociais do auxílio emergencial e do Bolsa família. Convite aceito e posse em 12 de fevereiro.

Quem ficou logo na bronca com essa nomeação foi o ex-presidente da câmara dos deputados federal, Rodrigo Maia. Sem papas na língua, atacou o ex-amigo ACM Neto. Chamando o de traidor e frases como: “Malandro baiano”, “Esse baixinho não tem caráter” proferidas por ele alimentaram o noticiário nacional.

Maia e outros políticos acusaram ACM Neto de ter feito uma articulação Com Bolsonaro para que ele emplacasse seu candidato, Arthur Lira, como presidente da câmara dos deputados federal. Se Bolsonaro não conseguisse eleger Arthur Lira, a abertura de um processo de impeachment seria algo bem provável.

ACM Neto fez parte dessa articulação em troca de um ministério para seu João Roma?

Ele nega veementemente e publicamente que não. Inclusive já falou inúmeras vezes que pediu a Roma que não aceitasse o convite. Ao ter aceitado, desagradou o líder do DEM que consequentemente causou o rompimento político entre os dois. Apoiadores bem próximos afirmam que a “briga” é verdade, verdadeira.

Roma tem ganhado crescimento popular à frente do ministério da cidadania, algumas lideranças o tem chamado de ministro da Bahia e já o considera candidato a governador da Bahia com o apoio de Bolsonaro.

Ele, mesmo com o apoio de Bolsonaro, não tem chance. Só vai dificultar para ACM Neto, ou seja, vai praticamente garantir a vitória de Jaques Wagner. Pois Roma e Neto saindo candidatos dividem os votos entre si, isto é, os eleitores de ambos têm uma linha ideológica parecida e a divisão de votos será inevitável. E quem sai ganhando com essa divisão é o PT.

Outra alternativa na bolsa de especulações é que Roma pode ser candidato a vice de Bolsonaro. Essa não é uma hipótese descartada. O presidente ainda não tem um nome para vice. E João Roma tem a prerrogativa de ser nordestino, inclusive, com raízes em dois estados importantes do Nordeste, Pernambuco e Bahia.

Independente do cenário, ele não será candidato a deputada federal para a reeleição. O posto ficou “pequeno” para ele. É bem provável que o ministro emplaque sua esposa para a sua vaga na câmara federal.

Sobre o suposto rompimento entre Neto e Roma, minha opinião é que na hora certa um café entre os dois tudo se resolverá. Dessa forma, O ministro virá como  candidato a vice-governador do ex-prefeito de Salvador. Ou, numa hipótese menos plausível, como candidato a senador no grupo carlista.

O que está faltando para esse alinhamento acontecer é o chamado tempo certo. E que tempo é esse?

O ano político chegar (2022) e o governo Bolsonaro melhorar a sua avaliação popular na Bahia. Para esse último ponto, o ministro da cidadania tem se dedicado com muita força. Visitando os quatro cantos da Bahia, principalmente, o interior, onde, por sinal, o PT, na tríade partidária PP – PSD – PT, concentra a sua maior representatividade, devido ao número significativo de municípios no comando desses partidos.  

Nesse sentido, a Bahia é essencial para a esquerda nacionalmente e teve a chama da militância aquecida no Estado   pelo retorno de Lula ao jogo. O ex-presidente é peça muito importante no apoio a Jaques Wagner. E isso traz serias dificuldades para ACM neto na corrida para o palácio de Ondina.

Assim, ter o nome ligado diretamente ao bolsonarismo não é bom para Neto. Dessa maneira, foi criado o clima de   independência, no entanto, com a sua presença através de joão Roma.

Portanto, se for realmente confirmado o rompimento entre Neto e Roma. E esse sair também candidato a governador, será a maior traição política da Bahia.

Veremos.

Veja também: O futuro político de ACM Neto

Por/ Tatiane Lena

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