Oficinas do Subúrbio 360 proporcionam esperança e bem-estar à comunidade

Euda Carla Martins, 49 anos, encontrou na zumba uma alternativa para a depressão. Há 15 dias ela tem descoberto os benefícios da dança para a saúde física e mental. Ela integra o grupo de 500 pessoas que participam das oficinas esportivas e culturais oferecidas no período noturno pelo Subúrbio 360, equipamento da Prefeitura que funciona no bairro de Coutos.

“Escolhi a zumba para não ficar sozinha em casa. Eu detesto a solidão, não consigo ficar parada e aqui eu me movimento. Eu tenho diabetes e o exercício me ajuda também no controle. Já tem anos que não faço nenhum tipo de atividade e a zumba me ajudou a voltar às atividades físicas”, contou.

As oficinas são promovidas para indivíduos acima dos seis anos, sem limite de idade, de forma gratuita para a comunidade do entorno da unidade de ensino. A lista de modalidades disponibilizadas no Subúrbio 360 inclui ballet, canto, dança do ventre e urbana, futsal, ginástica funcional, voleibol, teatro/dança, taekwondo, jiu-jitsu, percussão e karatê.

Neste último ano de pandemia, as oficinas estavam ocorrendo de forma virtual, por meio de vídeos publicados no YouTube e conteúdos disponibilizados no perfil da instituição no Instagram. As aulas presenciais foram retomadas neste mês de agosto.

Antes da crise sanitária, a escola chegou a beneficiar 1,5 mil pessoas com as oficinas noturnas. Hoje, para que as atividades ocorram seguindo os protocolos de enfrentamento ao Covid-19, o quantitativo de alunos foi reduzido. Aproximadamente 500 pessoas, distribuídas em 33 turmas, são beneficiadas com as atividades voltadas ao esporte e cultura na unidade de ensino.

Nova perspectiva – As aulas permitem que a comunidade se sinta pertencente ao espaço tendo a oportunidade de interagir com recursos que, devido à situação de vulnerabilidade, não seriam possíveis em outro contexto. O acesso à educação impacta, até mesmo, nos índices de violência local.

O mestre de taekwondo, Cosme Ferreira, atua na unidade de ensino há quatro anos e na área de educação por meio das artes marciais há 43 anos. Ele contou que o trabalho tem possibilitado que crianças e jovens tenham uma disciplina que beneficia outras áreas da vida e impacta toda a estrutura familiar.

“As crianças são as que mais têm o sonho de lutar, influenciadas pelos heróis da televisão, e tem sido prazeroso poder ensinar. Elas aderem de forma sensacional, é até difícil explicar. Elas praticam, são assíduas, sentem falta quando não tem aula e até ligam lá para casa para cobrar a aula. Quando termina a atividade e vou levá-las no portão, não querem nem ir pra casa. Sempre pedem para ficar aqui mais um pouquinho”, reforçou.

O professor e coordenador dos projetos esportivos e culturais, José Paranhos, destacou que a unidade de ensino possui um laço muito estreito com a comunidade e que é um orgulho para todos a forma com que o bairro se envolve nas atividades propostas e cuida da escola.

“Estamos muito felizes por ter retomado as atividades e por poder ter aqui gente produzindo arte, praticando esporte, fazendo atividade física. Este teatro aqui já teve 700 pessoas em um só evento e hoje é um cenário emblemático assim vazio. Mas, mesmo com a pandemia, existe uma gota de esperança quando a gente olha para o palco, como hoje, e vê as crianças praticando ballet, por exemplo”, avaliou.

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