Trabalhadores foram resgatados na quinta-feira (2), em trabalho similar ao escravo, em uma carvoaria no bairro de Cassange, em Salvador, ganhando R$0,16 por saco produzido. Nesta sexta-feira (3), o Ministério do Trabalho e Emprego está produzindo um relatório para encaminhar às autoridades competentes.
Por conta da baixa remuneração por produtividade, as vítimas eram obrigadas a adotar jornadas exaustivas, como explica Mário Diniz, auditor fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego.
“Isso obriga os trabalhadores a terem uma jornada alucinante para, ao final do dia, juntar um montante razoável. Além disso, era descontado desses trabalhadores transporte, café da manhã, almoço. A própria água fornecida no local tem resíduo de fuligem de carvão, como todo o ambiente”.
O resgate ocorreu durante uma ação de proteção ambiental, que apurava sacos de carvão sem o Documento de Origem Florestal (DOF). Foi em meio a operação que surgiu a suspeita em relação às condições de trabalho oferecidas aos funcionários.
Os trabalhadores foram encontrados sem uso de equipamentos de proteção individual, como sapatos adequados, luvas e máscaras de proteção. Eles também faziam as refeições no mesmo galpão de ensacamento do carvão, e o banheiro disponível não tinha porta, pia, assento, nem coletor de lixo.