A declaração foi dada a apoiadores no cercadinho do Palácio do Alvorada, e o presidente não detalhou sobre o que falava.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta segunda-feira (7), após encontro relâmpago com os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), querer só “transparência e segurança”.
“Missão cumprida. Eu converso com todo mundo e busco soluções, está certo? Nós queremos uma coisa só: é transparência e segurança”, afirmou o presidente.
Eles convidaram oficialmente o mandatário para a posse da nova direção do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A audiência no Palácio do Planalto, marcada para 11h30, durou cerca de 10 minutos.
Fachin assume o comando da corte eleitoral no próximo dia 22, e Moraes, a vice-presidência. A cerimônia será virtual, por causa da pandemia.
Moraes é relator de inquéritos que têm o presidente e seus aliados como alvo, e é considerado por apoiadores como inimigo do bolsonarismo. O histórico de conflitos do chefe do Executivo com o Judiciário tem o ministro do STF como principal alvo. Na manifestação de 7 de setembro do ano passado, Bolsonaro chegou a chamá-lo de “canalha”.
Depois, em declaração à nação, referiu-se a Moraes como “jurista” e “professor”, em um recuo momentâneo, que contou com a participação do ex-presidente Michel Temer. Bolsonaro vem atacando a lisura das eleições e lançando dúvidas sobre as urnas eletrônicas desde o princípio do mandato. Ele costuma dizer que a disputa neste ano terá mais segurança, porque contará com a participação das Forças Armadas.
Os militares não participam do processo eleitoral, mas o ex-ministro da Defesa, demitido por Bolsonaro em 2020, Fernando Azevedo e Silva, foi convidado pelos ministros do TSE para ser diretor-geral do tribunal neste ano. Azevedo e Silva também participou da audiência com Bolsonaro.
Estiveram presentes no encontro os três comandantes das Forças Armadas e o ministro da Defesa, Braga Netto. Ainda que não tenham qualquer relação direta com a pauta, o general Paulo Sérgio (Exército), o almirante Almir Garnier (Marinha) e o tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista (Aeronáutica) já estavam no gabinete presidencial para uma reunião anterior, segundo auxiliares.
Além deles, o advogado-geral da União, Bruno Bianco, e o secretário Nacional de Justiça, Vicente Santini, também acompanharam a audiência. Este último foi representando o ministro da Justiça, Anderson Torres, que estava em São Paulo.