O portal de informações, Terça Livre, fundado por Allan dos Santos e Ítalo Lorenzon, depois de quase sete anos de existência, encerrou-se no fim da noite de sexta-feira 22. O canal de notícias, criado pelos jornalistas, tinha por característica fazer um jornalismo bem investigativo, apresentando informações e ponto de vista que não é tão comum na “grande mídia”.
No último dia 13, o YouTube já tinha retirado do ar o canal Terça Livre TV. Na tentativa de driblar a suspensão, Allan passou a utilizar outro canal, o Artigo 220, para retransmitir o conteúdo. No entanto, esse perfil também foi suspenso pela plataforma. Com as restrições, os proprietários do Terça Livre decidiram finalizar as atividades.
Em mensagem publicada no Telegram, o Artigo 220 criticou a decisão de retirada do canal e dos perfis. “Aos seguidores brasileiros, infelizmente o canal não estará disponível para vocês. Para quem estiver fora do Brasil, nossos vídeos continuarão. É lamentável para nós ver a corte brasileira anulando o Artigo 220 da Constituição”.
O nome Artigo 220 faz a referência ao artigo da Constituição Federal que diz: “A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição”.
O anúncio de encerramento foi feito por Italo Lorenzon nas redes sociais.
Na postagem, Lorenzon não explica os motivos oficiais que levaram ao fechamento do canal. Mas nas sua conta do Instagram informou que em breve irá divulgar vídeo informando os motivos.
No entanto, Rodolpho Loreto, outro co-fundador da empresa, explicou que a decisão de Moraes de bloquear contas bancárias do grupo inviabilizou suas atividades.
O anúncio ocorre dias depois do fundador Allan dos Santos, que reside nos Estados Unidos, ser alvo de um pedido de prisão preventiva expedido por Moraes, que determinou sua extradição.
O nome dele Allan dos Santos será inserido na Difusão Vermelha da Interpol, que torna possível a sua prisão no exterior. A decisão atendeu a um pedido da PF (Polícia Federal). A PGR (Procuradoria Geral da República) foi contra a prisão. Allan tem de dois inquéritos contra ele no Supremo Tribunal Federal. O primeiro apura a divulgação de notícias falsas e ataques aos ministros do tribunal. No segundo inquérito, Allan é investigado por atuar com uma milícia digital para promover atos antidemocráticos.
Nas rede sociais, milhares de postagens lamentaram o fim do Terça Livre e apontaram a censura ao pensamento conservador no Brasil.
Por/ Tatiane Lena
