Zelensky conversa com Bolsonaro sobre exportação de grãos ucranianos

Ukrainian President Volodymyr Zelenskiy appeals to Russians to stage protests over Russian forces' seizure of the Zaporizhzhia nuclear power plant, the largest in Europe, during an address from Kyiv, Ukraine March 4, 2022 in this still image from video. Courtesty of Ukrainian Presidential Press Service/Handout via REUTERS THIS IMAGE HAS BEEN SUPPLIED BY A THIRD PARTY. NO RESALES. NO ARCHIVES

Durante telefonema, realizado nesta segunda-feira (18), líder europeu fez apelo e pediu adesão às sanções contra a Rússia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, informou nesta segunda-feira (18) que conversou com Jair Bolsonaro por telefone sobre exportações de grãos ucranianos com o objetivo de evitar uma crise alimentar global.

“Tive uma conversa com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Eu o informei sobre a situação no front [da guerra]. Discutimos a importância de retomar as exportações de grãos ucranianos para evitar uma crise alimentar global, provocada pela Rússia. Faço um apelo a todos os parceiros para que se juntem às sanções contra o agressor”, afirmou Zelensky nas redes sociais.

No último domingo (17), Bolsonaro afirmou que não ia sugerir nenhum tipo de solução à guerra no país provocada pela Rússia. “Não vou propor, e quem sou eu para propor isso. Eu vou responder de acordo com o que ele perguntar. Pretendo falar para ele o que eu acho se ele perguntar para mim alguma coisa. Onde pudermos colaborar, vou dar minha opinião. Só vou dar se ele pedir”, disse o presidente.

Na semana passada, porém, Bolsonaro tinha dito que uma possível saída para a guerra seria a rendição dos ucranianos. Ele comparou a atual situação à Guerra das Malvinas, conflito entre a Grã-Bretanha e a Argentina, em 1982, que terminou após as tropas argentinas se renderem.

Questionado se daria esse conselho a Zelensky, o presidente desconversou. “É uma questão de Estado. Isso não pode vazar. É segredo de Estado. São dois países que têm sua importância. Um é bélico, nuclear. O outro não é um país nuclear, é uma potência dos commodities [aquilo que se produz em grande quantidade para ser exportado]”, analisou.

O telefonema de Zelensky com Bolsonaro foi o primeiro diálogo entre os líderes desde o início do conflito, iniciado no dia 24 de fevereiro. Até hoje, o chefe do Executivo brasileiro nunca condenou a invasão por parte da Rússia e manteve os laços comerciais com os russos. Nas últimas semanas, inclusive, anunciou que “está quase certo” um acordo com a Rússia para a compra de diesel.

A reportagem procurou o Ministério das Relações Exteriores e aguarda retorno. O espaço está aberto para manifestação.

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