Allan do Carmo, baiano e maior nadador brasileiro de águas abertas, irá se despedir de competições oficiais neste domingo na travessia Itaparica-Salvador

Allan do Carmo
Allan do Carmo durante a prova de 10Km da maratonas aquaticas realizada na praia de Copabana. Jogos Olimpicos Rio 2016. 16 de Agosto de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress

Salvador, 10 de dezembro de 2022. Essa data ficará marcada como o dia que Allan do Carmo, melhor nadador brasileiro em águas abertas, irá se despedir das competições oficiais.

Trajetória do atleta

Allan nasceu em Salvador no dia 3 de agosto de 1989, e foi através do técnico Rogério Arapiraca que galgou os degraus que o levariam a conquistas jamais imagináveis para um início bastante modesto na natação. Com 17 anos e apenas um ano de Seleção Brasileira, estava no pódio da prova inaugural das águas abertas nos Jogos Pan Americanos. Allan, foi bronze, perdeu para uma dupla de americanos.

Já no ano seguinte ele seria o primeiro nadador masculino a disputar uma Olimpíada nas águas abertas. A vaga escapou na disputa do Mundial de Sevilha, na Espanha, mas foi assegurada no Teste Evento de Beijing. Na sua estreia olímpica, Allan do Carmo ficou em 14º lugar cerca de 25 segundos atrás do campeão da prova.

Desde então, Allan, e somente ele, representou o Brasil em Jogos Olímpicos na prova dos 10 quilômetros das águas abertas. Depois de ficar de fora de Londres-2012, ele garantiu sua presença no Time do Rio-2016 ao terminar em nono lugar no Mundial de Kazan, em 2015. Na sua segunda Olimpíada, Allan foi 17º colocado.

A maior conquista da sua carreira foi em 2014. Com uma regularidade durante toda a temporada, conseguiu se tornar campeão da Copa do Mundo daquele ano ao disputar oito provas com cinco medalhas, três delas de ouro. Ao final do ano, campeão geral do circuito e ainda premiado pela FINA como o melhor nadador de águas abertas do mundo.

Ninguém no Brasil das águas abertas masculino nadou tantas etapas do FINA Marathon Swim Series como Allan do Carmo. De 2007 a 2022 são 86 provas, e 24 subidas ao pódio, sendo cinco vitórias, seis pratas e 13 bronzes.

Obstinado, determinado, resiliente, a carreira de Allan sempre foi assim. As coisas demoram para sair, mas quase sempre são conquistadas. A imagem dele completando a prova dos 10 quilômetros com o traje rasgado nos Jogos Pan Americanos de Lima em 2019 é simbólica. Ele, como qualquer outro com tal problema, teria abandonado a prova, pois já estava longe dos líderes e sem qualquer chance. Mas este é o Allan, que mais de 10 minutos depois do vencedor completar a prova, chegava quase que capengando com o traje pendurado e rasgado.

Desde 2019 Allan deixou a Bahia. Também encerrou o trabalho que fazia com Rogério Arapiraca para treinar junto com Ana Marcela Cunha, no Rio de Janeiro, com a orientação do treinador Fernando Possenti. Para quem conhece Allan, sabe que foi uma mudança e tanto.

No mês de novembro, Allan venceu a prova da Travessia do Canal de Ilhabela. Com sua tradicional estratégia, nadando no pelotão da frente, soube dar uma arrancada final para garantir aquela que foi a sua penúltima prova de águas abertas.

A despedida

O encerramento dessa carreira de sucesso será na Travessia Internacional Itaparica-Salvador a partir das 7 da manhã. A largada será na praia da gameleira, em Itaparica, com chegada no Porto da Barra.

Fonte: com informações do site: swimchannel / Alex Pussieldi

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui