Criado no bairro do Uruguai, em Salvador, o artista plástico Guilherme Almeida, de 22 anos, conquistou a Europa com pinturas feitas em jornais. Enquanto os colegas de profissão focavam no digital com a produção de filmes, fotografia, criação de personagens e jogos, o baiano buscava inovar através de material reciclável.
“A gente está em um mundo muito digital, então os outros artistas eram muito mais focados [nesse tipo de produção. Então eu chegava [e falava]: ‘não, gente, vou colher alguns papelões e produzir uma pintura a óleo sobre papelão. Nada de computador, tudo feito à mão’. Então era totalmente diferente do que todos os outros artistas estavam fazendo”, relembrou.
Desde criança, Guilherme demonstrava sua paixão pela arte. Não é à toa que ele tinha o sonho de ser cartunista. “Vivia lendo revistas em quadrinhos, assistindo desenho e reproduzindo e produzindo personagens”, disse.
No entanto, foi em 2017, quando entrou em um curso de pintura no Museu de Arte Moderna da Bahia, que o artista plástico se reconheceu na pintura. A paixão foi tanta, que ele decidiu estudar Artes Plásticas na Universidade Federal da Bahia (Ufba) e fez disso a sua profissão.
Durante uma exposição em São Paulo, o trabalho de Guilherme foi visto por um colecionador que decidiu comprar todas as obras.
“A gente recebia um espaço, uma sala, para apresentar 12 jornais, foi quando um colecionador viu e falou: ‘esse trabalho, eu quero todos’. Compraram muitos trabalhos e isso fez também o olhar do mercado italiano [se abrir] para o meu trabalho também”, explicou.
Atualmente, o jovem é representado pelas galerias Paulo Darzé, em Salvador; Base, em São Paulo; e Ribot Gallery, em Milão. Foi através delas que Guilherme passou a integrar o acervo de um dos museus mais importantes do mundo, o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, em Madrid, no início do mês de agosto.
Com informações do site G1 Bahia