Uma economista baiana, Cremilda Carneiro, revelou ter adquirido uma doença no fígado, chamada colestase, após tomar três capsulas de ivermectina a cada 15 dias durante um ano. Hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina fazem parte de um chamado tratamento precoce difundido em redes sociais que, segundo cientistas e instituições de pesquisa renomados, não funciona.
A ivermectina é um vermífugo, usado para combater parasitas, como lombrigas e piolhos; a cloroquina é usada no tratamento de malária, lúpus e artrite reumatoide; e a azitromicina é um antibiótico.
No Brasil, as vendas de hidroxicloroquina subiram 173% em fevereiro desse ano em relação ao ano passado e as de ivermectina, mais de 700%.
Cremilda Carneiro revelou que a colestase adquirida por ela estava na fase moderada, muito próximo da situação mais grave.
“Para com a ivermectina. Vai usar máscara, vai se cuidar, não vai aglomerar. Porque é a melhor coisa que você faz”, pediu.
O hepatologista Raymundo Paraná afirma que todo paciente que se expõe a um medicamento corre o risco de uma lesão no fígado. Os médicos contrabalançam o risco com o benefício antes prescrever ao paciente.
“Um estudo conduzido na África mostrou que com 15 milhões de pacientes tratados, a mortalidade por efeitos adversos graves ocorreram somente 55, mas são 55 vidas. Por outro lado, nós temos uma doença que matava mais que isso, então nessa situação, seria favorável a indicação do tratamento. Por outro lado, se você não tem um benefício do tratamento, você ficaria só com risco e seria injustificável utilizar”, explicou.
Por G1BA / Fantástico