Codesal não foi avisada pela Embasa sobre abertura de comportas de barragens; procedimento resultou em enchentes de ruas em Salvador

O diretor geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Sosthenes Macedo, afirmou que o órgão não sabia que a Embasa tinha aberto as comportas da barragem Ipitanga 1, no bairro Fazenda Cassange.

De acordo com Sosthenes,a abertura das comportas impactou na enchente em algumas ruas dos bairros São Cristóvão, Jardim das Margaridas e Mussurunga. Ele ressaltou ainda que para essas manobras de abertura das comportas ou de possíveis rupturas, existe um plano de ação que precisa ser desenvolvido pelo proprietario do equipamento. E que embora seja um equipamento de outorga estadual/federal, os municipios precisam ter conhecimento.

“As populações afetadas precisam ter conhecimento. Sob pena de terem prejuizos materiais e mesmo à vida como tem ocorrido nos ultimos dias, com diversas localidades da capital baiana, a exemplo do jardim das Margaridas, São Cristovão, Mussuruga que foram afetadas com a abertura das comprtas trazendo transtornos e prejuízos ao povo de salvador.

Por meio de nota, a Embasa informou que, por conta das chuvas intensas que caíram na região metropolitana de Salvador nos últimos dias, as bacias hidrográficas dos rios Ipitanga e Joanes encheram. Como nessas bacias existem barragens operadas pela empresa, foi necessário adotar procedimentos distintos, em cada uma delas, visando a segurança da estrutura dos respectivos reservatórios no cenário de cheia de cada rio.

No caso do rio Ipitanga, a embasa destacou que sempre que chove e o rio enche, as comportas da barragem Ipitanga 1 são abertas. “Desde que começou a chover na semana passada, as comportas dessa barragem foram abertas e a vazão de água que sai delas é menor do que a vazão da própria calha do rio que passa pelo bairro de São Cristóvão”, diz trecho da nota.

Ainda conforme a empresa estatal, não foi comunicada a abertura das comportas de Ipitanga 1 à Defesa Civil de Salvador porque a barragem não atingiu nível de alerta e porque a vazão liberada pelas comportas de Ipitanga não são determinantes para provocar alagamentos nas áreas a sua jusante.

Nota de esclarecimento da Embasa na íntegra

A Embasa esclarece que, devido às chuvas intensas que caíram na região metropolitana de Salvador, nos últimos dias, as bacias hidrográficas dos rios Ipitanga e Joanes encheram. Como nessas bacias existem barragens operadas pela empresa, foi necessário adotar procedimentos distintos, em cada uma delas, visando a segurança da estrutura dos respectivos reservatórios no cenário de cheia de cada rio.

No caso do rio Ipitanga, sempre que chove e o rio enche, as comportas da barragem Ipitanga 1 são abertas. Desde que começou a chover na semana passada, as comportas dessa barragem foram abertas e a vazão de água que sai delas é menor do que a vazão da própria calha do rio que passa pelo bairro de São Cristóvão. A Embasa não comunicou a abertura das comportas de Ipitanga 1 à Defesa Civil de Salvador, porque a barragem não atingiu nível de alerta e porque a vazão liberada pelas comportas de Ipitanga não são determinantes para provocar alagamentos nas áreas a sua jusante.

No caso do rio Joanes, quando a barragem Joanes 2 começou a encher com as chuvas intensas desta semana, a Embasa, cumprindo procedimento padrão de segurança da barragem, abriu três de suas quatro comportas de forma gradativa à medida que o nível do reservatório ia aumentando. Ontem (21) pela manhã, como a barragem Joanes 2 atingiu nível de alerta, foi preciso abrir a quarta comporta e avisar à Defesa Civil de Lauro de Freitas, Camaçari e Simões Filho, municípios que ficam a jusante desta barragem, pois, por conta da vazão da água liberada, haveria alagamentos nas áreas ribeirinhas.

Na sexta (22), o nível de Joanes 2 baixou e saiu do nível de alerta e os técnicos da Embasa iniciaram o fechamento gradativo das comportas desta barragem.

Em resumo, a Embasa cumpriu os procedimentos de prevenção de risco na operação das barragens Ipitanga 1 e Joanes 2 diante das enchentes dos rios Ipitanga e Joanes. Vale ressaltar que as duas barragens funcionam como amortecedores de enchentes nas áreas ribeirinhas a jusante. No entanto, quando a enchente ultrapassa a capacidade de amortecimento dessas barragens, é preciso liberar a água do rio para evitar risco de acidentes com impactos muito piores.

O sistema de barragens utilizadas atualmente pela Embasa para abastecer a capital baiana, que estão situadas na Região Metropolitana de Salvador (RMS), são as barragens Joanes 1 e 2, Ipitanga 1 e 2. Elas são responsáveis por garantir cerca de 35% da produção de água tratada distribuída em Salvador.

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